sexta-feira, 29 de maio de 2009

Mesmo pequeno


"I'm just tryin' to make my way. I'm not a superhero" (The Pussycat Dolls)

Detesto me sentir menor! Saber que não sou aquele experiente todo que tentei te passar. Você é criança ainda, começa a aprender nas quedas. Cada brinquedo no chão te faz derrapar, mas você não tem noção precisa do território. Como dizem por aí, eu tropeço nas minhas armadilhas, nas minhas inseguranças, nas minhas crises. O vidro da janela embaça, a porta se fecha sem deixar uma fresta se quer. Já não tenho o patinho amarelo para me fazer sorrir, já não me sinto tão criança como antes. Eu queria ser você agora, mesmo com seus erros, com seus impulsos, desejo ardendo, cabeça sem pensar demais, INSTINTO.

Até aceitaria a torta de chocolate da esquina e sua companhia. Faria muito bem pra mim sua pouca vergonha, seu jeito discontraído de encarar tudo, sua malícia e suas piadas. Parece que nossa amizade cresce naquela saída de um sábado frio e um bar vazio. Nas conversas secretas com direito a comentários só nossos. Listas, risadas, breves comentários e mais risadas. Você não mente, você não se parece com todo mundo, você é você sem se preocupar em ser simples. E vai crescer, perceber que maturidade veio com o tempo e que certas atitudes foram válidas ali atrás, naquele momento, mas que basta. Pior do que isso é ver o quanto é desinteressante pensar demais antes de agir, resguardar demais antes de ceder, fazer charme, ser mistério. No final, a gente se encontra no mesmo lugar, com as mesmas decepções ou talvez com aquela angústia de um final de tarde no meio da semana.

Mesmo pequeno você me ensina a ser menos o que eu quero e mais o que eu sou. Mesmo pequeno você consegue ser grande na presença, na falta, no espaço que conquista. O carrinho de brinquedo parece correr, o pião roda, o macaco brinca de ser esperto e você joga. Joga sem saber o próximo número do dado, sem saber se o quick da bola vai ser ali. Mas espera que no final tudo acabe bem. Assim como eu!

Texto de Patrick Moraes

terça-feira, 26 de maio de 2009

E cai sempre no amor


"Eu sou o sol da sua noite em claro, um rádio. Eu sou pelo avesso sua pele, o seu casaco."
(Adriana Calcanhotto)


Você chegou, arrancou suspiros, beijos e carinhos especiais. Você continuou mesmo de longe, naquela distância que a estrada fez questão de ir me mostrando aos poucos. E quando eu pensei que você não seria tão importante, você me mostra que sabe enganar bem. Pensei que tinha o domínio da situação, que saberia controlar os passos, as batidas e os movimentos. Mas você soube marcar território, ganhar minha atenção exclusiva e me deixar um completo bobo.

E agora eu vejo a gente em todos os lugares. O futuro parece nem existir se você não fizer parte dos meus planos, se não tiver contigo compartilhando nem que seja um pedaço de pizza na sexta a noite. Parece que o sofá que tanto admirava fica grande demais só pra mim. A cama mesmo pequena me deixa cheio de frio e os outros olhos nas noites de sábado perdem o brilho. Queria nem falar de amor mais uma vez, queria deixar de lado toda essa sentimentalidade que domina os dias longe de você. Mas é impossível não falar de mim, não falar da gente, não cair no amor inconstante. Só faz sentido assim, você nos meus textos, eu em sua vida. Só faz sentido acordar do teu lado e nem ter vergonha da minha cara de sono.

O bolo de chocolate quentinho no forno está pronto! Já que você não pode comer aquele pedacinho hoje, eu assisto aquele programa na TV, leio uma crônica sobre relacionamento e ouço o disco da Roberta Sá. Já que você não me esquenta essa noite, a coberta verde ainda serve de agasalho, mesmo que meu coração fique com saudades dos seus carinhos. E mesmo não vendo a campanhia tocar e ouvindo a porta abrir eu sei que aquele elevador levou o que de mais valioso eu ganhei nesses últimos tempos.

Você é a saudade que eu quero ter, a presença diária e o amor da vida toda.
Texto de Patrick Moraes

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Será que tá afim?


"Eu sinto a falta de você, me sinto só e aí será que você volta?" (Vanessa Rangel)

Os apertos, os tropeços, os amores. Cheguei a escrever que a corda estava esticada demais e o esforço pra não soltar ela estava enorme. Guardei. E hoje seguro com mais força do que nunca. Vale a pena fazer guerra, enfrentar desafios e ter o teu abraço como recompensa. Vale a pena sentir teu cheiro depois de meses ouvindo no máximo sua voz. Quero compensar tudo que perdemos longe quando te vejo. Quero saber te fazer feliz da forma mais intensa. Quero corresponder a tanto carinho, a tanto amor.

Tô afim de amor antes de tudo. Afim de querer querer contigo. De andar junto pelo shopping, de pegar um cineminha no meio da semana só pra ouvir você repetir as frases do filme. Sentar contigo na praça ali em frente e perceber que os olhares alheios não me interessam tanto. Admirar o sorriso que me faz apaixonar e morder teu pescoço sabendo que você vai no céu com isso. Tô afim de encarar isso como uma verdade minha, como uma proposta de felicidade, um caminho de realização. De ser abraçado debaixo da coberta e falar no seu ouvido 'te amo', só pra você não esquecer. Escrever no espelho embaçado uma declaração bobinha, mas que consiga arrancar um riso seu. Chorar pensando que amanhã acaba, mas entender que continua algo bem mais valioso. E quando pensar que acabou, me dar conta de que só está começando. Tô afim de arrancar suspiros com a gente, de irradiar felicidade.

Afinidade, estímulo, vontade de seguir. Caminhar longe, mas de corações trocados. Você cuida do meu e eu cuido do seu. Porque nem vale a pena destrocar, ele só encontra felicidade em suas mãos. Enquanto a regra entedia no comum, a exceção da minha vida se faz em você.

Texto de Patrick Moraes